A corrida entre o Metro, onde viajava o cabeça-de-lista do PS à Câmara de Lisboa, António Costa, e um Porsche conduzido por Pedro Couceiro foi ganha por uma bicicleta, que se juntou à partida por "uma nova mobilidade".
À chegada ao Rossio, depois de cerca de 15 minutos de viagem de Metro desde o Campo Grande, contra os 33 minutos que demorou o Porsche de Pedro Couceiro, António Costa sublinhou a eficácia dos transportes públicos com um novo "slogan": "Se quer um túnel, vá de Metro".
A máxima é uma referência aos dois túneis que o candidato social-democrata, Pedro Santana Lopes, quer construir, depois de o túnel do Marquês ter sido a obra emblemática do seu mandato autárquico na capital.
"Há pessoas que insistem em investir em infra-estruturas para o transporte individual, vulgo, túneis", afirmou António Costa, em frente ao Café Nicola.
Apesar da vitória da bicicleta, por escassos cinco minutos, a corrida serviu para provar a tese de António Costa segundo a qual "a forma mais eficiente de circular na cidade não é o carro, por muito bons que sejam o carro e o condutor".
O presidente da Câmara, que se recandidata ao cargo, sublinhou também o "desafio" das alterações climáticas, que, defendeu, só será ganho nas cidades e através de uma "nova mobilidade".
Já dentro do Nicola, coube ao especialista em transportes Fernando Nunes da Silva, número oito da lista do PS, indicado pelo movimento Cidadãos por Lisboa, apresentar em detalhe o programa da candidatura "Unir Lisboa" para a área da mobilidade.
Nunes da Silva e António Costa defenderam a expansão do Metro, com recurso a metro de superfície, nos mesmos termos em que a Câmara deu recentemente um parecer positivo ao plano de alargamento do Metropolitano.
Reclamam, assim, a extensão da linha vermelha até à futura estação de Alcântara da CP, com um Y nos Prazeres para uma ligação em metro ligeiro à estação de comboios do Alvito.
De Alcântara, a ligação far-se-á até ao Restelo e Algés, no concelho de Oeiras.
Por ser mais barato e de mais fácil construção, o metro ligeiro é igualmente o meio de transporte defendido para servir a "coroa Norte", nomeadamente os Olivais, Alta de Lisboa, Carnide e Benfica.
António Costa afirmou acreditar que estas infra-estruturas podem ser concluídas no período de um mandato autárquico.
O programa por "uma nova mobilidade em Lisboa" assenta no "reforço da intermodalidade" entre os diversos meios de transporte e no aumento da oferta de estacionamento.
O estacionamento para moradores terá que fazer-se "em infra-estrutura", ou seja, através de silos ou parques subterrâneos, dada a falta de espaço disponível no espaço público, frisou Nunes da Silva.
O desenvolvimento de "zonas 30" em bairros residenciais, em articulação com "medidas de recuperação do espaço público", é outra das medidas defendidas pela candidatura liderada por António Costa.